quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Orixá das águas - Iemanja

N'África, esse orixá recebe seu culto no encontro das águas doces e salgadas. No Brasil, ela, Iemanjá, tornou-se a dona das águas salgadas. Talvez seja a divindade mais conhecida e com maior culto por aqui. Talvez pela vasta extensão litorânea do país e a importância da pesca na economia local e também nacional e em parte por um interesse especial da mídia. Eu nunca vi uma reportagem sobre o Olubajé*, vc já? ... mas é claro, os demais cultos são domésticos e as oferendas a Iemanjá são feitas numa área pública.

A proeminência da Rainha das Águas é tal qual a importância desse elemento, essencial à vida. Existem algumas explicações para essa divindade. Sobre seu nome, diz-se que vem da composição de ia-omó-ejá, que significa, em yorubá "mãe cujos filhos são peixes". No entanto, existem várias formas, ou qualidades, de Iemanjá. As qualidades dos orixás talvez nao sejam tão simples de enteder. Uma comparação um tanto esdrúxula, mas que talvez ajude, é pensarmos nos títulos de Maria, a mãe de Jesus na tradição cirstã. Em cada aparição de Maria ela recebe um nome: Nossa Senhora de Fátima, Nossa senhora das Dores.. etc. Os orixás, a partir da nação em que é cultuado, tem sua iconografia modificada, sua explicação também, mas matém uma essencia expressa principalmente nos seus domínos (no caso de Iemanja, as águas).

Essas qualidades de Iemanjá foram expressas no cancioneiro popular atraves de uma música gravada na década de 80 por Clara nunes e posteriormente Marisa Monte, "Lenda das Sereias".

"Ogunté, Marabô,Caiala e Sobá
Oloxum, Inaê, Janaína, Iemanjá"
 
Todas essas são "qualidades" de Iemanjá. Conta-nos o pesquisador Luiz Antônio Simas que Iemanjá Ogunté, ou Iaogunté, é, "em alguns mitos a mãe de Ogum, em outros é a mulher de Ogum Alabedé. É uma Iemanjá guerreira, jovem, que quando dança porta uma espada". Por isso o nome Ia-ogun-té "mae de ogum primeiro". Sobre Marabô, supõe-se que nao seja uma qualidade de Iemanjá, mas uma alusão a uma saudadação contina num Oriki muito popular nos candomblés que diz: Awá ààbò à yó, Yemanja ... Em geral o povo de santo canta esse início ( awá ààbò ) dizendo "Marabô a yó..." , o que não tem sentido preciso em português. Já Kaiala - que ao contrário da letra encontrada na internet se escreve com "K" uma vez que a letra C do nosso alfabeto nao existe no alfabeto irubá - é originalmente um inkice, Nkaia Nsala, divindade bantu que compõe o panteão de alguns terreiros. Sobá, é Assobá, a forma mais ansiã desse orixá, provavelmente de orgiem gêge. Oloxum é o nome dos sacerdaotes de Oxum, também orixa das águas - doces. Inaê, janaína são nomes populares de iemanjá, talvez sincretizados com algum mito indígena.
 
Iemanjá é a grande mãe. Ela esteve no princípio da criação e nos rege a todos. Todos devemos saudar Iemanjá, nao importa quem é o dono do seu orí. A Rainha das Águas é protetora de todo o povo que, como ela, abre os braços para receber o próximo, sem distinção.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

II Jornada Pedagógica em Ouvidor - Go

Em mais uma oportunidade de trabalhar com professores da rede pública, estive na cidade de Ouvidor, próxima a Catalão, em Goiás, Coordenando, ao lado da Profa. Dra. Altina Abadia, da UFG de Catalão, a II jornada pedagógica da rede. A cidade é muito agradável, e o grupo de professores me impressionou pelo compromisso com a formação, que durou 48h presenciais.
Na abertura oficial, que aconteceu na câmara municipal, além da solenidade, fiz uma rápida fala intitulada "A formação de formadores", em que ressaltei a importância de se construir uma carreira na educação, situação que passa obrigatoriamente pela educação continuada.
Prof. Ms. Mário Pires
Como de costume, meu principal curso abordou a lei 10.639, apresentei diversos materiais didáticos e paradidáticos para o ensino de cultura africana e afro-brasileira.
Nessa formação, levei dois excelentes professores: Sandra Pantaleão, que ministrou o curso "Laboratório de informática como ferramenta pedagógica" e, mais uma vez, Prof. Ms. Frederiko Luz, que ministrou o curso "Reforma ortográfica e gêneros textuais" e a palestra "Como trabalhar com problemas de aprendizagem".

Profa. Esp.  Sandra Pantaleão
Prof. Ms. Frrederiko Luz










 Tive a honra de trabalhar, nesse evento com a Profa. Dra. Altina Abadia, que também levou uma equipe composta pela Profa. Maysa e pela Profa. Ms. Heloisa. As professoras falaram sobre o esino de artes no ensino fundamental e o desenvolvimento de projetos na educação. A professora Altina ou apenas Tina, é divertida, bem humorada, carismática e a junção de seu conhecimento e sua vivencia fazem toda a diferença. É uma grande parceira... competente e amiga. Aprendi muito.

Prof. Ms. Mário Pires, Profa. Dra. Altina Abadia


Profa. Ms. Heloísa


A Secretária de educação do município, Reni Jacob, é uma mulher forte, dinâmica (como poucas) e muito empenhada no desenvolvimento educacional do município. Acho que tem muito a ensinar sobre gestão. É realmente uma figura de peso que tem feito a diferença em todos os aspectos. A ela os meus parabéns.Como também a todos os cursistas e às coordenadoras do evento.