quarta-feira, 20 de abril de 2011

A música que NÃO entra na Escola

Tenho estimulado, nas minhas formações de professores, o trabalho com música. Afinal, quem não gosta de um ritmozinho?? ... contudo, nas conversas sobre o uso de música nas aulas uma polêmica surgiu aeachei bastante pertinente: "qual música devemos ou podemos trazer para a escola?"

Uma ala, que não saberia adjetivar, disse que na seleção de músicas deve-se priorizar aquelas que os alunos gostam e que estão, ou já estiveram, na mídia, para que assim haja um interesse na atividade. Concordo! ... uma outra ala (que eu ate saberia adjetivar, mas prefiro não levantar a polêmica) diz que deve-se trazer para a escola musicas de cunho mais cultural, sofisticada, clássicos da musica popular. Concordo! Toda música pode entrar na escola.

O fato é que a música deve se prestar a um papel pedagógico. O uso desse recurso deve ser norteado por um objetivo que provavelmnte esteja descrito no plano de aula, ou seja, quando se escolhe uma canção devemos ter em vista o que explorar, pois ela está à serviço dos macro-objetivos.

 Para exemplificar, se quero trabalhar tema restrito como cultura afro-brasileira, posso suprir as duas necessidades, a do professor - de apurar o gosto musical dos aluno ou ao menos apresentar-lhes os grandes nomes da música, e para isso escolheria um Roque Ferreira na Voz de Roberta Sá, por exemplo. E agradar à necesidade rítmica e midiática dos alunos, e escolher uma Margareth Menezes com seus afoxés.Enfim, nenhuma das possibilidades pode ser descartada, uma vez que o professor nao pode se esquivar daquilo que apraz o aluno, nem tampouco guiar-se apenas por aquilo que o aluno acha interessante, visto que ao professor cabe o norte da condução escolar.

Resumindo... Usem música! reflita em suas letras, estude sua estrutura rítmica, aprofundem-se. Essa ferramenta é preciosa no desenvolvimento socio-cognitivo, basta usá-lo com critérios. Seguem algumas sugestões para o tema "cultura afrobrasileira e identidade negra"

Quando o Canto é Reza - Roberta Sá
Brasileirinho - Maria Bethania
Axé Bahia - Margareth Menezes
Sol da Liberdade - Daniela Mercury
MTV ao vivo - Daniela Mercury
Beba-me  - Elza Soares
Technomacumba - Rita Ribeiro
Encanteria - Maria Bethania
Afro-sambas - Monica Salmaso
O mundo é meu lugar - Teresa Cristina






sábado, 16 de abril de 2011

"Meu" Orixá

Há algum tempo me pedem uma nova postagem sobre os orixás. Gosto de falar desse assunto, mas nao gosto que ele tenha uma conotação de exótico.Compreendo, contudo, que haja uma curiosidade a respeito, uma vez que o que mais atrai nos orixás é o véu de misticismo que os envolve.

Pois bem, meus amigos sempre me perguntam: "qual é o meu orixá?" e eu sempre tento, de alguma forma, falar algum... "você tem cara de Oxalá... você? certeza que é Iansã... Provavelmente Oxumaré!" Mas o fato é que so o oráculo pode dizer quem é o seu orixá, e mesmo assim, acontece de isso nao se concretizar no dia da "feitura" de santo. Eu explico... Todos nós temos dois orixás, o orixá de cabeça, aquele que rege nossa vida, e ao qual prestamos culto, e o juntó, um outro orixá que também está presente auxiliando o orixá de cabeça na condução da nossa sorte.

Em geral, as divindades alternam em masculinas e femininas, como numa constituição parental (pai-mãe). Se seu orixá de cabeça for uma yabá (divindade feminina) provavelmente seu juntó será um orixá masculino. Saber qual orixá rege nossa vida faz toda diferença no desenvolvimento da nossa espiritualidade. Pela personalidade de cada pessoa podemos ter uma idéia das divindades que acompanham cada um, ja que esses traços de temperamento, certas escolhas do dia-a-dia, e mesmo as relações que establecemos sao herança direta dos nossos orixás.

Só pra você ficar curioso, as possibilidades são: Ogum, Oxum, Oxóssi, Logunedé, Iansã, Nanã, Oxumaré, Obaluayê, Obá, Xangô, Oxalá, Exu, Ibejis, Iemanjá, Ewá, Ossanha. Esses orixás se desdobram em diversas variações, as quais chamamos de "qualidades de orixás", em Oxalá, por exemplo, temos Oxalufã (idoso) e Oxaguiã (jovem). A esses 16 orixás se juntam divindades que nao "pegam filhos" com Ifá,  orixá da adivinhação, Iroko, o orixá tempo, Olorum, o próprio deus supremo.

Dúvidas? curiosidades? post um comentário...