sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Semana da Consciência Negra 2011

E chegamos a mais uma Semana da Consciência Negra. Todos os anos tenho, nessa data, a sensação de estar realizando um trabalho cada vez mais consistente. Isso porque percebo que, mesmo com passos nao muito velozes, essa temática tem ganhado espaço na mídia, na sociedade em geral, e, especialmente, na Escola.

E porque a Escola tem papel tão importante? bom, certa vez, assistindo a um documentário do qual não me recordo o nome, uma professora, num momento de desabafo, dizia: "A escola não pode tudo... mas pode muito!". Realmente, em certos momentos, parece que a Escola esta sendo incumbida de resolver todos os problemas da sociedade, mas na verdade, a sociedade tem cobrado da Escola mais que ensino. O temos cobrado da Escola é uma atuação mais contundente como formadora da cidadania.

Ontem, assisti estarrecido, mais uma notícia sobre agressão (dessa vez também física) a uma aluna negra. E, mais uma vez, uma porção de psicólogos comentando sobre bullyng. Eu, lógico, gritando do sofá da minha casa: "isso é racismo!". Será que essa Escola desenvolvia projetos que contemplasse a igualdade racial? Minha experiência me mostra que estabelecimentos de ensino que atuam efetivamente na formação da cidadania e na luta contra o racismo não estão isentas de fatos como esse, mas a possibilidade de que aconteçam é infinitamente menor.

O que quero para essa Semana da Consciência Negra é chamar mais uma vez a Escola para assumir sua posição. Não quero hoje postar dados, nem estatísticas, nada! apenas agradecer àqueles que de maneira mais direta tem contribuído para construirmos uma educação mais democratica e que seja fonte de conhecimento amplo, que não exclua nem discrimine nnhum conteúdo, e que veja na luta dos negros que construiram esse país um motivo de nos orgulharmos dos nossos ascendentes. SOMOS NEGROS SIM, ISSO É UM FATO!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Formação em Montevidiu do Norte - Go

Meu trabalho como formador me proporciona momentos muito marcantes. Conhecer diferentes realidades, pessoas de todas as formações, educadores em essência. Um desses deliciosos momentos foi participar da Jornada Pedagógica em Montevidiu do Norte, em Goiás. Nesse envento fui convidado a compor um equipe muito especial, coordenada pelo INOV (Instituto Nova Vida). Além de mim, o Professor Alexandre Malmam e a Drª Maris Eliana Dietz partilharam seus conhecimentos com um grupo de educadores, que atuam, em sua maioria, na zora rural do munícipio que abriga diversos assentamentos.

Prof. Alexandre Malmam, Drª Maris Eliana Dietz e Prof. Mário Pires
Toda a Comunidade se empenhou na construção de um momento rico de formação. As autoridades políticas locais - Prefeito e primeira-dama, vice-prefeito, vereadores - compuseram a mesa de abertura.


Tive a honra de abrir o evento com a palestra "Cultura Africana e Indígena: Saberes para Pensar a Prática Docente".
Prof. Ms. Mario Pires UFG




Prof. Ms. Mário Pires/UFG ministrando oficina aos participantes
À tarde ministrei o curso "Aprendendo e Ensinando com o Lúdico". O resultado também foi muito bom. Tivemos que usar o pátio devido o calor típico da região norte de Goiás. Os professores foram peça fundamental, uma vez que se dedicaram à formação no intuito de adquirir ainda mais preparo para a missão de estar em Sala de aula.

Formação em Corumbaíba - Go

Equipe de Corumbaíba - Go
A cidade de Corumbaíba, em Goiás, convidou-me gentilmente para contribuir na formação de professores realizada no ínício do semestre letivo (2/2011). Alguns temas ja haviam sido abordados e coube a mim encerrar o evento. Com um mini-curso que durou 8h, partilhei com os professores da rede municipal as principais metodologias, ja utilizadas e acprovadas, para aplicr a contento a lei 10.639 que regulamenta o ensino de cultura africana e afro-brasileira. Abaixo, a equipe da Secretaria de Educação municipal: A secretária Prfª Maria Goretti e a coordenadora do evento, prfª Dalva, que me recebeu muito gentilmente.´

À equipe de Comrumbaíba meus abraços carinhosos no intuito de saber em breve dos frutos da formação. Obrigado pelo interesse e pela efetiva participação de todos nas discussões que foram bastante ricas!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

Próximos eventos

Caríssimo, segundo semestre sempre é bastante agitado especialmente pela proximidade da semana da consciência negra. Atualizarei aqui os eventos dos quais participarei:

19/07 - Participação no ENEL (encontro nacional de estudantes de letras) em Goiânia - Go
Comunicação: Uso e desuso: um estudo linguístico-discursivo do iorubá nas práticas rituais de matriz africana.

26/07 - Formação no Instituto Federal de Educação - URUTAÍ - Go
Lei 10.639: ensino de cultura afrobrasileira e currículo escolar

02,03/08 - Formação de professores  em Montividiu do Norte -
Palestra: Cultura Afrobrasileira, Indígena e Prática Docente
Minicurso: Ferramentas de Ensino de Cultura afrobrasileira: aprendendo e ensinando com o lúdico.

04/08 - Formação de professores em Corumbaíba - Go
Curso: Lei 10.639: Ensino de Cultura Afrobrasileira e currículo escolar.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A música que NÃO entra na Escola

Tenho estimulado, nas minhas formações de professores, o trabalho com música. Afinal, quem não gosta de um ritmozinho?? ... contudo, nas conversas sobre o uso de música nas aulas uma polêmica surgiu aeachei bastante pertinente: "qual música devemos ou podemos trazer para a escola?"

Uma ala, que não saberia adjetivar, disse que na seleção de músicas deve-se priorizar aquelas que os alunos gostam e que estão, ou já estiveram, na mídia, para que assim haja um interesse na atividade. Concordo! ... uma outra ala (que eu ate saberia adjetivar, mas prefiro não levantar a polêmica) diz que deve-se trazer para a escola musicas de cunho mais cultural, sofisticada, clássicos da musica popular. Concordo! Toda música pode entrar na escola.

O fato é que a música deve se prestar a um papel pedagógico. O uso desse recurso deve ser norteado por um objetivo que provavelmnte esteja descrito no plano de aula, ou seja, quando se escolhe uma canção devemos ter em vista o que explorar, pois ela está à serviço dos macro-objetivos.

 Para exemplificar, se quero trabalhar tema restrito como cultura afro-brasileira, posso suprir as duas necessidades, a do professor - de apurar o gosto musical dos aluno ou ao menos apresentar-lhes os grandes nomes da música, e para isso escolheria um Roque Ferreira na Voz de Roberta Sá, por exemplo. E agradar à necesidade rítmica e midiática dos alunos, e escolher uma Margareth Menezes com seus afoxés.Enfim, nenhuma das possibilidades pode ser descartada, uma vez que o professor nao pode se esquivar daquilo que apraz o aluno, nem tampouco guiar-se apenas por aquilo que o aluno acha interessante, visto que ao professor cabe o norte da condução escolar.

Resumindo... Usem música! reflita em suas letras, estude sua estrutura rítmica, aprofundem-se. Essa ferramenta é preciosa no desenvolvimento socio-cognitivo, basta usá-lo com critérios. Seguem algumas sugestões para o tema "cultura afrobrasileira e identidade negra"

Quando o Canto é Reza - Roberta Sá
Brasileirinho - Maria Bethania
Axé Bahia - Margareth Menezes
Sol da Liberdade - Daniela Mercury
MTV ao vivo - Daniela Mercury
Beba-me  - Elza Soares
Technomacumba - Rita Ribeiro
Encanteria - Maria Bethania
Afro-sambas - Monica Salmaso
O mundo é meu lugar - Teresa Cristina






sábado, 16 de abril de 2011

"Meu" Orixá

Há algum tempo me pedem uma nova postagem sobre os orixás. Gosto de falar desse assunto, mas nao gosto que ele tenha uma conotação de exótico.Compreendo, contudo, que haja uma curiosidade a respeito, uma vez que o que mais atrai nos orixás é o véu de misticismo que os envolve.

Pois bem, meus amigos sempre me perguntam: "qual é o meu orixá?" e eu sempre tento, de alguma forma, falar algum... "você tem cara de Oxalá... você? certeza que é Iansã... Provavelmente Oxumaré!" Mas o fato é que so o oráculo pode dizer quem é o seu orixá, e mesmo assim, acontece de isso nao se concretizar no dia da "feitura" de santo. Eu explico... Todos nós temos dois orixás, o orixá de cabeça, aquele que rege nossa vida, e ao qual prestamos culto, e o juntó, um outro orixá que também está presente auxiliando o orixá de cabeça na condução da nossa sorte.

Em geral, as divindades alternam em masculinas e femininas, como numa constituição parental (pai-mãe). Se seu orixá de cabeça for uma yabá (divindade feminina) provavelmente seu juntó será um orixá masculino. Saber qual orixá rege nossa vida faz toda diferença no desenvolvimento da nossa espiritualidade. Pela personalidade de cada pessoa podemos ter uma idéia das divindades que acompanham cada um, ja que esses traços de temperamento, certas escolhas do dia-a-dia, e mesmo as relações que establecemos sao herança direta dos nossos orixás.

Só pra você ficar curioso, as possibilidades são: Ogum, Oxum, Oxóssi, Logunedé, Iansã, Nanã, Oxumaré, Obaluayê, Obá, Xangô, Oxalá, Exu, Ibejis, Iemanjá, Ewá, Ossanha. Esses orixás se desdobram em diversas variações, as quais chamamos de "qualidades de orixás", em Oxalá, por exemplo, temos Oxalufã (idoso) e Oxaguiã (jovem). A esses 16 orixás se juntam divindades que nao "pegam filhos" com Ifá,  orixá da adivinhação, Iroko, o orixá tempo, Olorum, o próprio deus supremo.

Dúvidas? curiosidades? post um comentário...


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ensino Religioso na Escola

 É provavel que mesmo os gestores da educação pública no Brasil desconheçam o texto da lei 9.475 de 22 de julho de 1997, essa lei torna facultativo, porém aconselhável o ensino religioso na educação básica. o texto diz o seguinte: "Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo." 

Fato: as escolas que optam por regulamentar o Ensino Religioso no currículo escolar não abordam a diversidade religiosa mundial e nacional. Tenho discutido na universidade e com alguns colegas educadores sobre o dito ensino laico, e essa dada matéria, chamada ensino religioso, de fundamental importância para o alargamento do entendimento cultural e da visão de globalização dos alunos, tem sido, na verdade uma aula de doutrina cristã e ensino bíblico, e pouco contribui para a quebra do preconceito religioso e a percepção da visão cosmológica dos povos que constituem nossa nação. Ou seja, o texto da lei está longe de ser cumprido, além de colocarmos por terra os princípios da laicização da educação, como o respeito a diversidade religiosa. Acontece que a pouca especificidade da lei - apesar de bastante direta quanto o alcance das diversas manifestações religiosas - deixa a cargo da escola ou das unidades escolares, o papel de formular o programa dessa matéria, bem como o profissinal que vai ministrá-la. Se nao houver um profissional capaz de falar sobre religiosidade sem doutrinar os educandos, é melhor que essa materia nao se aplique. 

Que tipo de aluno a escola forma? aquele capaz de se socializar e respeitar as diferenças ou aquele que vai fomentar o discurso etnocêntrico secular? é essa pergunta que deve nortear a formação do programa de educação religiosa nas escolas. Até o início da década de 90 tinhamos na escola uma matéria chamada Educação Moral e Cívica, esse estudo deveria fomentar o pensamento cívico e fortalecer a identificação com a nação brasileira. Longe de querer entrar nos méritos da entrada e saída dessa mateira no currículo escolar, quero apenas ressaltar que a geração que estamos formando agora, tem apresentado um comportamento social muito diferente do da nossa geração. Nao digo que essa disciplina deve voltar a figurar na educação, apenas quero ressaltar que outras, como o ensino religioso, devem cumprir a lacuna do dever da educação , o de formar cidadão, e cidadania é principalmente a formação de pessoas aptas a viver em sociedade.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Formação em Goianésia - Go

Prfº Mário Pires na abertura da formação
Mais uma formação de professores ministrada com sucesso. Dessa vez o desafio foi proposto pela prefeitura da cidade de Goianésia. Com mais de duzentos e quarenta professores na rede municipal, a solicitação da Secretaria Muncipal de Educação foi de formarmos todos os professores simultaneamente, para isso foi preciso formar uma equipe. Escolhi profissionais da área de educação e artes envolvidos em pesquisas de cultura afro-brasileira e no movimento negro. Trouxe para meu grupo os professores Frederiko Luz, Clécia Santana, Ruberpaulo Cipriano e Wamilson Baú.

Cursista de Goianésia
Equipe da secretaira Municipal de Educação: Marcia e Mariuza



Minha equipe - Esq p/ direita: Clécia Santana, Frederiko Luz, Wamilson Baú, Mário pires (eu), Ruberpaulo Cipriano




































Com uma avaliação bastante positiva de toda a equipe da secretaria de educação e também dos professores, encerramos as 40 horas de curso felizes com o resultado. Agora é esperar que os projetos propostos sejam desenvolvidos no decorrer do ano. Meus agradecimentos à Sec.de Educação Adriana Carla, à Coordenação do Ens. Fundamental Mariuza e Márcia, que nos receberam com muito carinho de das quais levamos um forte vínculo de amizade. Obrigado a toda administração municipal, e à minha equipe. O sucesso se faz em conjunto!
Prfª Clécia Santana e Eu no encerramento do curso